Autora
Dulce Simões
Institución/Universidad de procedencia
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/ Universidade Nova de Lisboa
Editorial
Edições Colibri
Año de publicación
2016
ISBN
978-989-689-598-3
Número de páginas
390
Breve reseña
A guerra civil de Espanha foi um conflito nacional à escala internacional que trespassou a fronteira portuguesa, rompendo abruptamente a vida quotidiana das populações locais. A violência e a tragédia humana vivida e testemunhada por milhares de pessoas justificam que gerações inteiras conservem a memória do acontecimento, assinalando as suas posições éticas e as suas visões do mundo. No concelho de Barrancos, na raia do Baixo Alentejo, ocorreram dois dos maiores fluxos de refugiados espanhóis para território português formados por grupos ideologicamente opostos, cujo acolhimento legitima a construção de uma memória social alicerçada na solidariedade como valor identitário da comunidade. A primeira coisa que se pode afirmar do trabalho de Dulce Simões é que tem uma leitura agradável, porque está bem construído, apresenta personagens atrativos e mantem o interesse da trama, como nas boas novelas, demonstrando que a literatura académica não está desligada da boa literatura. Alguns temas que se tratam nesta obra são apaixonantes, como a preocupação de Salazar pelo “contágio” que podia vir de Espanha, através da fronteira política. Mas a maior virtude deste trabalho é oferecer uma nova realidade empírica sobre as resistências à dominação e as solidariedades, e como estas se entrecruzam com a soberania dos Estados, em particular com as ditaduras ibéricas dos anos de 1930, num espaço fronteiriço (entre Barrancos, Encinasola e Oliva de la Frontera) dominado por diversos fluxos durante e após a guerra civil espanhola. [Heriberto Cairo, do Prólogo]